quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Quero ser Jane Austen

Quando comecei a escrever peças para escola e adaptar livros para apresentação em sala de aula, decidi que a minha profissão era jornalismo, o meu sonho de consumo, realizado com chave de ouro com a publicação de um livro escrito por mim.
O trágico de tudo isso é que nem cheguei perto do meu sonho, a faculdade de jornalismo ficou para atrás diante de todas as outras prioridades que apareceram na minha vida.
Escrever um livro, foi um sonho que ainda tentei, mas como milhões de possíveis escritores tive que colocá-lo dentro da gaveta, na pasta de sonhos impossíveis.
Claro que uma parte de mim ainda tenta tirá-lo de lá. Afinal JANE AUSTEN teve milhões de dificuldades na époa em que viveu e hoje seus livros são lidos no mundo inteiro.
Em algum momento me sinto como Jane Austen...
Ela viveu o dilema da obrigatoriedade de se tornar uma dona de casa, casada com um aristocrata e vivendo a frivolidade esparada por todos que ela vivesse. Mesmo assim lutou para que os seus livros fossem reconhecidos.
Bem, sou uma dona de casa que luta para ser escritora, sendo reconhecida por algo mais do que a mesmice do dia a dia.

Ilusões

Não sei se algum dia terei esse texto lido por alguém, mas decidi que é hora de extravasar os sentimentos dizer o que vai por dentro.
Ontem estava assistindo um filme a VERDADE NUA E CRUA, que coloca de maneira divertida a problemática do relacionamento homem e mulher, como nos comportamos e o que na verdade queremos. Se afastarmos um pouco a satira dá para refletir. Mas o que me chamou mais a atenção foi a cena em que os dois estavam dançando salsa. Era como se naquele momento ela fosse completamente dele e ele dela, não havia mais nada no mundo e sim um homem e uma mulher vivendo a intensidade de uma dança, que para mim conseguiu ser mais significativa do que sexo.
Olhei para TV e me peguei invejando a atriz, por viver o romance entre um homem e uma mulher ocupando apenas um lugar no espaço, contrariando as leis da física.
Só que o bichinho da realidade me mordeu em um determinado ponto e disse:"isso é filme, é o único lugar que os romances e sonhos acontecem. Presta atenção a vida não é cor de rosa e não vêm com lacinhos, para de tentar ser a Cinderela, pois principes só existem em contos de fadas."
Odeio ter consciência das coisas e ser realista, as vezes, gostaria de mergulhar no meu mundo de ilusões e ficar lá.